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domingo, 27 de janeiro de 2013

The Ice and the Sea


                                                               THE ICE AND THE SEA
                O céu e o mar estavam unidos, juntos num tom de cor. As ondas dançavam suavemente - num movimento que impressiona qualquer um - , quebrando em algumas poucas rochas que fazem a natureza ser perfeita. Alguns peixes podiam ser vistos da superfície, mas lá no fundo era algo totalmente diferente. Umas poucas aves sobrevoavam o local, suas sombras eram como artes que se moviam numa pintura.
                No meio do paraíso, uma lancha dourada quebrou o clima natural e calmo, fazendo uma linha no meio do oceano e criando ondas fora do ritmo e do movimento. A lancha era grande, bonita e luxuosa. Na parte de trás da lancha, quatro pessoas sentavam-se em bancos acolchoados e permaneciam num silêncio estranho, ainda não tinham se soltado bastante para começar a falar. A cabine estava ocupada por dois homens, que tentavam pôr música para tocar no estéreo do barco. Na frente, mãe e filha ficavam num silêncio maior que o outro, mas por um motivo diferente: adolescência. A lancha flutuava no mar. Mesmo perturbando a ordem natural, era lindo de se ver.
                Uma médica, uma policial, um engenheiro e uma futura arquiteta. As quatro pessoas eram íntimas, mas não estavam lá muito animados naquela hora. Havia uma preocupação no ar, pois a médica tinha passado por um processo cirúrgico e não poderia se movimentar tanto numa lancha. Ela tinha uma aparência feliz, se sentia alegre quando podia passear e conversar, já que não podia fazer tudo isso normalmente. Vestia uma canga colorida, e se sentava com a cabeça apoiada no lado esquerdo da lancha. Estava feliz, mas percebia no que as outras pessoas pensavam.
                A policial, namorada do engenheiro, era uma das mais preocupadas, mesmo que as vezes seu pensamento se voltasse para seus sobrinhos e seu trabalho. Estava com uma canga, mas dessa vez, branca. Sentava-se ao lado da médica, mas oferecera-a o banco inteiro, para assim poder deitar, foi recusado. Ela estava feliz também.
                O engenheiro estava mais que feliz. Sua filha aceitara viajar – mesmo que pequenos quilômetros – com ele, coisa que era raro. Se preocupava com esse jeito anti-social, mas sabia que tinha uma parcela de culpa, já que, quando se separou da mãe da arquiteta, ficou ausente na casa de sua filha. Pensava em várias coisas ao mesmo tempo: o jogo que logo o seu time iria jogar, a viagem, sua irmã – a médica - , se preocupava se sua filha estava aproveitando e pensava se deveria ajudar na cabine da lancha. Ele pensava em muitas coisas, mas pouco pensava na policial, que não cegamente não percebia. A futura arquiteta já o tinha avisado, mas ele não acreditava e dizia que pensava sim, como um pai que recebe a notícia de que seu doce filho pratica bullying na escola. Vestia uma bermuda e só isso.
                A arquiteta se sentia apreensiva. Sabia que em toda a viagem discutiriam sobre sua faculdade, sobre como vai subir no mercado e sobre coisas sobre si mesma. Ela não gostava de ser sempre o centro das atenções, mas não podia fazer nada. Gostava de sair e passear quando se sentia animada – ou quando seu namorado também ia - , mas seu pai não entendia isso. Ele não entendia como é ser um adolescente dos dias de hoje. Mas isso era um assunto que ela não gostava de pensar. Estava preocupada com a tia, mas pensava em quantas páginas do livro que ela levara leria naquela viagem. Vestia uma regata branca e um short vermelho.
                De repente, o som de uma música tocou no barco e as pessoas relaxaram levemente diante da tensão do lugar, os dois homens saíram da cabine e foram para a parte de trás. Eram homens fortes e grandes, amigos e íntimos. Foram em direção ao balde de gelo e tiraram cerveja para os dois. A futura arquiteta tomou um refrigerante. O maior dos dois dos homens estava enfrentando um problema com um grande pedaço de gelo, quebrou-o no balde e encheu os três copos, no entanto, um grande pedaço de gelo caiu no chão da lancha. Rapidamente, ele o jogou no mar.
                O gelo era o mais feliz de todos naquele barco. Tinha cumprido seu dever, gelando os refrigerantes, as bebidas e as carnes. Comandou todos os seus outros colegas, e esfriara o balde devidamente. Mas se sentia incompleto. Sentia que não morreria derretido naquele balde. Acima de tudo, ele queria a mar. Era impressionante, para ele, como uma quantidade de água podia ser tão grande. As vezes eles conversavam, e ele percebeu que estava apaixonado. Sabia que era impossível, jamais beijaria o mar em forma de gelo, mas ainda sim, seus sonhos eram fantásticos.
                Estava feliz, até chegar o homem. A principio pensara que ele pegaria um de seus homens e iria embora. Mas ele tinha que pegar o maior? Não fazia sentido, ele devia pegar os normais. A tortura começou quando ele o quebrou. Seus braços e pernas se dividiram, ficara sem corpo, sem nada. Sua cabeça escapou da mão do homem e caiu no chão. Viveu um pânico silencioso e pensava que nunca mais poderia ver o mar. Então a mão voltou e o pegou, seu calor fazendo com que a cabeça ficasse cada vez mais molhada. Foi um movimento rápido, e o gelo não estava mais lá.
                Caiu no mar e sua cabeça estava com menos de 10 milímetros de comprimento. Já era pensou. Não vou poder realizar meus sonhos. O balde esquentaria, encheria de água e os humanos não iriam aprovar seu trabalho. Ficou triste, e foi como seu coração (que não estava mais ligado a sua cabeça) parasse de bater.
                Seu coração não parou de bater.
                Percebeu que, mesmo num momento de sofrimento, de dor e de luto, ele encontrou o mar. Pode vê-lo e, antes de morrer, explorou suas profundezas. Os peixes o saudaram, com suas cores e seus movimentos, viu siris e moluscos se mexendo na areia. Não terei para chegar lá, no entanto. Um grande peixe passou por ele, e isso marcou sua transformação. Entendia tudo agora. Não havia morrido, como os mais velhos haviam dito. Se transformara. Ele entendia tudo. Ele tinha que se transformar, para, enfim, beijar o mar.

Um comentário:

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