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domingo, 19 de fevereiro de 2012

Gatinha, Onde está Você?

“- MANO, ME DÁ TEU CASACO!” gritou a garota de longos cabelos com cachos dourados.
 Ele riu, por mais que não tenha sido a hora. Ela era realmente magnífica, sempre animada e com piadas na ponta da língua. Ele já fora apaixonado por ela e podia voltar a ser a cada segundo. Ela o encantava, pulando no meio da sala, colocando o casaco velho de Star Wars e sorrindo para todos. Mas sempre tem uma hora que a fantasia acaba.
 Estava agora na sala fria e úmida de outro colégio, longe o bastante para não se verem mais. Ela, junto com todos os outros, estava se dissolvendo em sua memória, pois não se viam, nem se falavam tanto quanto antes. Mas ele persistia, era importante. Ela era um mundo, mesmo que ele não girasse em sua órbita. Ela era luz, calor, ela era amiga. Sempre sorria quando via-o, ou as vezes chamava-o de idiota.
 Ele riu de novo com as lembranças.
 Ele já fora apaixonado por ela e podia voltar a ser a cada segundo com o jeito dela de ser, ou com as lembranças. Sim, as lembranças. Eram o que não faltava. Passaram anos se aguentando um ao outro e, por algum motivo, isso soava meio hilário. Sim, eles se amavam, mas não como um amor passageiro, eles se amavam como ninguém jamais poderia se amar igual. Pois eles eram amigos e se amavam como amigos.
 Agora ela estava em outra sala fria e úmida de outro local, onde ele não poderia imaginar. Estavam longe, longe o bastante para não se verem mais.


-Para: Thayná Moraes.

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