Era dia ainda. O rapaz de cabelos dourados tomava uma xícara de café e observava as pessoas que, dentro da pequena cafeteria, discutiam sobre coisas fúteis e problemas familiares.
À direita, uma jovem encantadora de longos cabelos ruivos bebericava um suco do que o jovem supôs ser de laranja enquanto petiscava pedaços de um sanduiche e cuidava de orçamentos em seu notebook. Seu telefone tocou. Atendeu, aterrorizada, e digitou rápida e ferozmente, falando num tom baixo com a pessoa do outro lado da linha. Parou de falar, de repente. Fechou o computador, se levantou, andou em direção à porta e sussurrou um "sim" delicado.
Na mesa ao lado, um advogado revia a papelada de um de seus casos mais importantes. Girou a aliança, num gesto nervoso, talvez lembrando algo com a esposa ou os filhos. Então, um garoto de aproximadamente 14 anos passou pelo atento homem de cabelos dourados e encaracolados e sentou-se à mesa do advogado. O homem ouviu duas frases que fizeram tudo se encaixar: "Finalmente eu encontrei você, pai. Onde esteve esses anos todos?"
A garçonete da cafeteria servia café para quatro amigos numa mesa. Todos vestiam preto, dois homens e duas mulheres. Um dos homens segurava uma rosa branca, as mulheres tinham os olhos inchados e vermelhos e também caminhos marcados no rosto, caminhos de lágrimas. O homem com olhos atentos na cafeteria resolveu não mais incomodá-los com o olhar depois que percebeu o que acontecera. Morte. Uma palavra bastante comum numa cidade bastante comum.
A única outra mesa ocupada abrigava dois idosos, um casal. O velho vestia um macacão sujo de poeira e rastros de sujeira e, a mulher, uma camisa listrada e uma calça jeans atual demais para sua idade, ou ao menos era isso que as pessoas com o pensamento politicamente correto falariam, o estudante de jornalismo não. Ele gostava deles. Amor na terceira idade. Isso o encantava. Pensava que por eles estarem juntos, morreriam juntos, morreriam amando. Morte, de novo. A senhora carregava uma rosa azul e o homem a olhava com o brilho no olhar.
O amor, não era nada comum nessa cidade comum. O amor. Era só para sortudos e bem-aventurados. Bem, o jovem de cabelos dourados era um sortudo porque, na hora que pensava nisso, o amor de sua vida surgia na rua, pronta para conversar sobre assuntos fúteis e problemas de família com ele.
À direita, uma jovem encantadora de longos cabelos ruivos bebericava um suco do que o jovem supôs ser de laranja enquanto petiscava pedaços de um sanduiche e cuidava de orçamentos em seu notebook. Seu telefone tocou. Atendeu, aterrorizada, e digitou rápida e ferozmente, falando num tom baixo com a pessoa do outro lado da linha. Parou de falar, de repente. Fechou o computador, se levantou, andou em direção à porta e sussurrou um "sim" delicado.
Na mesa ao lado, um advogado revia a papelada de um de seus casos mais importantes. Girou a aliança, num gesto nervoso, talvez lembrando algo com a esposa ou os filhos. Então, um garoto de aproximadamente 14 anos passou pelo atento homem de cabelos dourados e encaracolados e sentou-se à mesa do advogado. O homem ouviu duas frases que fizeram tudo se encaixar: "Finalmente eu encontrei você, pai. Onde esteve esses anos todos?"
A garçonete da cafeteria servia café para quatro amigos numa mesa. Todos vestiam preto, dois homens e duas mulheres. Um dos homens segurava uma rosa branca, as mulheres tinham os olhos inchados e vermelhos e também caminhos marcados no rosto, caminhos de lágrimas. O homem com olhos atentos na cafeteria resolveu não mais incomodá-los com o olhar depois que percebeu o que acontecera. Morte. Uma palavra bastante comum numa cidade bastante comum.
A única outra mesa ocupada abrigava dois idosos, um casal. O velho vestia um macacão sujo de poeira e rastros de sujeira e, a mulher, uma camisa listrada e uma calça jeans atual demais para sua idade, ou ao menos era isso que as pessoas com o pensamento politicamente correto falariam, o estudante de jornalismo não. Ele gostava deles. Amor na terceira idade. Isso o encantava. Pensava que por eles estarem juntos, morreriam juntos, morreriam amando. Morte, de novo. A senhora carregava uma rosa azul e o homem a olhava com o brilho no olhar.
O amor, não era nada comum nessa cidade comum. O amor. Era só para sortudos e bem-aventurados. Bem, o jovem de cabelos dourados era um sortudo porque, na hora que pensava nisso, o amor de sua vida surgia na rua, pronta para conversar sobre assuntos fúteis e problemas de família com ele.